quarta-feira, 16 de maio de 2012

O VAZIO



Jeremias 2: 12-17
Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o SENHOR. - Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas. - Acaso é Israel um servo? É ele um escravo nascido em casa? Porque, pois, veio a ser presa? - Os filhos de leão rugiram sobre ele, levantaram a sua voz; e fizeram da sua terra uma desolação; as suas cidades se queimaram, e ninguém habita nelas. - Até os filhos de Nofe e de Tafnes te quebraram o alto da cabeça. - Porventura não fizeste isto a ti mesmo, deixando o SENHOR teu Deus, no tempo em que ele te guiava pelo caminho?

Em regiões de seca há cisternas para guardar água da chuva. Quando o tempo das chuvas passa e a água dos posso cavados acaba, há o recurso das cisternas, que devem ser rebocadas por dentro com cuidado para que não haja rachaduras. Na leitura de hoje, Jeremias lamenta que o povo de Israel tenha abandonado as fontes de água  que Deus providenciou e cavou seus próprios depósitos ,que acabaram vazando. Substituíram a abundância que tinham no Senhor pela busca de satisfação ao imitarem os povos ao redor. Mas  as sua “cisternas” racharam e secaram,deixando só materialismo  e idolatria. Nos nossos dias, Billy Graham tem pregado que existe um grande vazio em cada coração e que só Jesus pode preencher essa lacuna. Cedo ou tarde, a própria vida esvazia essa cisterna. Não há como rebocar a estrutura  das suas belas esperanças. Foi o que ocorreu com Noemi quando voltou a sua terra  de Israel depois da temporada em Moabe. Lá lseu marido e os dois filhos casados com moabitas morreram. Uma das noras moabitas ficou por lá, mas a outra, Rute, acompanhou sua sogra. Ainda assim, chegando na cidade natal,Noemi lamentou : “De mão cheias eu parti,mas de mão vazias o Senhor me trouxe de volta” (RT 1:21). Tudo que representava a satisfação desapareceu em acontecimentos trágicos. Mas Deus havia providenciado algo que ela ignoravam: eventos que levariam ao casamento  de Rute com um parente que assumiria o cuidado dela e da sogra. Pra você Deus receita abandonar suas próprias “cisterna” e voltar a buscar satisfação plena no Senhor Deus e assim evitar as conseqüências. Hoje Deus quer encher sua vida coma a certeza da salvação em Jesus Cristo, e como versículo em destaque indica que quer que continue enchendo a vida com plenitude de Deus. É melhor que o vazio-bem melhor.  

PROPÓSITO


PROPÓSITO
Isaías 14:24,27
O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará. Quebrantarei a Assíria na minha terra, e nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo se aparte deles e a sua carga se desvie dos seus ombros. Este é o propósito que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás?

Inspirado por Deus, o profeta Isaías transmitiu o juramento divino: a Assíria e a Babilônia, nações que naquele momento eram usadas por Deus para disciplinar os israelitas, povo desobediente e infiel, seriam castigados e destruídos. O senhor garantiu que o inimigo devastador seria punido: “como planejei, assim acontecerá “(v24). Muito tempo passou  e então aconteceu como predito!  Tudo fazia parte do programa divino veja no versículo  em destaque que Deus tinha boas razões para agir de tal maneira, colocando em pratica seu plano para Israel. Dificilmente entendemos o propósito de Deus  logo que algo acontece. Até hoje não vejo a razão de um acidente de trânsito causado pela falta de atenção do outro motorista. Será que foi para que ele apreendesse a dirigir com mais cuidado? Um dia saberemos. Não conhecemos todos os propósitos de Deus, mas na bíblia encontramos alguns deles. Por exemplo, ele “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2:4).Deus não quer que ninguém vá para o inferno , pois ama o mundo inteiro (Jo 3:16). Sua vontade é de que toda a humanidade conheça Jesus e tenha um relacionamento autêntico com ele, agora e para sempre. Além disso, Deus tem um propósito claro para a vida de cada cristão: “Serão minhas testemunhas... até os confins da terra” (At 1:8). Quem já conhece Jesus tem o privilégio de anunciar que todos podem  viver eternamente  com Deus,assim decidirem. Quando compreendemos que Deus tem um propósito em tudo o que faz (PV 16:4),reconhecemos que estamos seguindo seus planos também  quando ele nos faz andar  por caminhos difíceis-problemas ,mudanças inesperadas, sofrimentos.Então,sejam quais forem as circunstâncias, decida viver segundo o propósito de Deus!                           

terça-feira, 3 de abril de 2012

Apresentador Datena descobre que seria sequestrado e dá recado aos criminosos, “Eu acredito em Deus, não tenho medo de vocês”


O jornalista José Luiz Datena, apresentador do programa Brasil Urgente, transmitido pela TV Bandeirantes, descobriu que seria sequestrado, o plano dos bandidos foi desvendado pela polícia na última quarta-feira, dia 28, e informado ao apresentador, que também foi instruído pelos policiais a não divulgar o ocorrido, mas, Datena se pronunciou ao vivo sobre o caso, “Eu só queria avisar esses bandidos que eu acredito em Deus e não tenho medo de vocês. Fui aconselhado a ficar calado, mas não consigo ficar de boca fechada.”, disse o apresentador.
O crime seria cometido no mesmo dia em que foi descoberto o plano dos sequestradores, e de acordo com o site UOL, o local seria na rodovia Castelo Branco, por onde Datena passa diariamente, entre 20h30 e 21 horas.
Ao comentar sobre o fato em seu programa, Datena se referiu várias vezes a Deus, e que não contrataria seguranças para protegê-lo, “Meu único segurança é Deus”, “Espero em breve estar ao lado de Deus Pai todo Poderoso”, disse o apresentador. Ele ainda comentou sobre sua família, “Se vocês quiserem fazer isso, façam comigo, não mecham com ninguém da minha família, porque não vai ser bom pra vocês.”, disse.
Datena também relatou que não teria dinheiro para o pagamento do resgate, “Se me sequestrar vocês vão ter que me matar, vocês jamais terão o dinheiro de resgate. Primeiro porque eu não tenho, fiz tanta coisa errada na minha vida que não sobrou quase nada. Meus bens materiais são poucos. E segundo que se eu tivesse dinheiro não daria para vocês, para comprarem armas e matarem pessoas.”.
Ele ainda agradeceu a informação da polícia e finalizou se direcionando aos criminosos, “Não tenho medo de vocês. Só temo a Deus. Terei que responder por meus erros, não sou perfeito. Não adianta me ameaçar.”.

Israel se prepara para a guerra e distribui máscaras de gás



Com os crescentes rumores de guerra, Israel prevê a necessidade de suprir todos os seus moradores com máscaras de gás. O Comando da Retaguarda do Exército está oferecendo os chamados “kits de proteção atômico-biológico-químico”, que poderão salvar vidas em meio ao conflito.
Uma convocação foi enviada pelo correio para mais de 7,5 milhões de israelenses, pedindo que os habitantes dirijam-se a um centro de distribuição, onde poderão retirar o equipamento gratuitamente.
O governo diz que mais de 4 milhões já retiraram o kit. Na verdade, trata-se da terceira vez que Israel distribui essas máscaras. A primeira vez foi em 1990, na véspera da Guerra do Golfo. A segunda ocasião foi em 2003, antes da invasão do Iraque pelos Estados Unidos.
Nos últimos meses foram gastos milhões de dólares enquanto cresce o temor que haja uma guerra declara contra o Irã ou os palestinos do Hamas, que controlam a Faixa de Gaza.
Mesmo com intervenção internacional, o desejo de Israel em destruir as “instalações nucleares iranianas” geraria um contra-ataque imediato. No final do mês passado, foram instaladas baterias antimísseis nos arredores da capital Tel-Aviv. As duas fábricas de Israel que fabricam os kits de proteção dizem estar operando na capacidade máxima para suprir a demanda.
O presidente da Subcomissão para a Prontidão Doméstica, Zeev Bielski, afirmou que o “Ministério da Fazenda deve liberar mais recursos, pois aproximadamente 40% da população ainda não têm máscaras de gás”.
O que chamou atenção da comunidade mundial foi o fato de os diplomatas estrangeiros que vivem em Israel terem recebido do Ministério das Relações Exteriores o kit para os funcionários das embaixadas e seus familiares. Além disso, receberam uma lista com os endereços de abrigos antiaéreos públicos espalhados pelo país.
Os funcionários diplomáticos dizem estar particularmente preocupados com a possibilidade de uma ofensiva de mísseis sobre o Estado judeu. Isso levaria milhares de cidadãos israelenses com passaportes estrangeiros a procurarem a evacuação do país.
Um diplomata europeu disse que a União Europeia não tem os meios para realizar uma operação de evacuação em massa dentro de um curto espaço de tempo.


terça-feira, 27 de março de 2012

Salmo 58 - Os adágios e enigmas desta parábola

"Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras" ( Sl 58:3 )



Quando o apóstolo Paulo diz que ‘todo o homem é mentiroso’, assim o diz em função do que ocorreu no Éden. Quando o salmista diz que Deus se agrada da verdade no intimo ( Sl 51:6 ), esta 'verdade' no íntimo só é possível quando o homem é gerado de novo pela palavra da verdade. É por isso que o salmista pede que Deus o crie de novo para que haja verdade no íntimo ( Sl 51:10 ), diferente do nascimento natural, em que o homem é gerado 'mentiroso' "De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores julgado" ( Rm 3:4 ).
Introdução
Somente com Moisés Deus falava cara a cara e sem enigmas, mas com seu povo Deus tratou através de parábolas, adágios e enigmas “Então, o Senhor desceu na coluna de nuvem e se pôs à porta da tenda: depois, chamou a Arão e a Miriã, e eles se apresentaram. Então, disse: Ouvi, agora, as minhas palavras. Se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me faço conhecer ou falo com ele em sonhos. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas. Pois ele vê a forma do Senhor. Como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?” ( Nm 12:5 -8); "E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda" ( Êx 33:11 ). 
Deus não queria falar por enigmas ao povo e mandou Moisés avisar-lhes para se prepararem para ouvir Deus quando falasse com Moisés, pois não falaria com Moisés em particular, antes queria que o povo escutasse sua Palavra “E disse o SENHOR a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao SENHOR” ( Ex 19:9 ). Porém, quando chegou o grande dia em que todos ouviriam a voz de Deus, enquanto falava com Moisés, o povo ficou com medo e se retirou dizendo a Moisés: “Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos” ( Ex 20:19 ).
Não confiavam n’Aquele que lhes preservou a vida e os resgatou com mão forte do Egito ( Ex 19:4 ). Não quiseram ouvir as palavras que lhes proporcionaria crer em Deus eternamente, o que lhes conferiria a condição de propriedade peculiar de Deus dentre todos os povos, e tornar-se-iam um reino sacerdotal e povo santo ( Ex 19:5 -6).
Como não confiaram que Deus lhes daria vida por intermédio da sua palavra, permaneceram sob maldição ( Dt 28:15 ), e cegos espiritualmente. Mesmo ao meio dia, ou seja, quando houvesse luz, continuariam apalpando como os cegos na escuridão "E apalparás ao meio dia, como o cego apalpa na escuridão, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias, e não haverá quem te salve" ( Dt 28:29 ); "E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam" ( Jo 1:5 ); "Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai" ( Jo 12:35 ).
Quando Jesus veio, o Sol da Justiça brilhou como ao meio dia, mas o povo do Messias continuou a tatear na escuridão e não entraram pela porta dos justos, que é Cristo “Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, Com que o oriente do alto nos visitou; Para iluminar aos que estão assentados em trevas e na sombra da morte; A fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz” ( Lc 1:78 -79).
O salmo 58 é uma profecia que tem por alvo o povo de Israel, e como não poderia deixar de ser, a profecia em comento contém vários enigmas e adágios, pois somente com Moisés, Deus falava sem utilizar enigmas. Portanto, para ler e compreender o Salmo 58 faz-se necessário ler a parábola (salmo), decifrar os enigmas e compreender os adágios.
O salmo é profecia? O salmo 58 protesta contra os judeus?
É simples responder a estes questionamentos! Basta analisar a carta de Paulo aos Romanos, no capítulo 3, pois após citar o Salmo 14, versos de 1 a 3; o Salmo 5, verso 9; Jeremias 5, verso 16; Salmo 140, verso 3; Provérbios 1, verso 16; Isaias 59, versos 7 e 8; Salmo 36, verso 1, Ele conclui: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus” ( Rm 3:19 ).
Os judeus estavam debaixo da lei, dada através de Moisés, para conduzi-los a Cristo, portanto, os salmos, os provérbios, os profetas e a lei tratam diretamente com o povo judeu, pois os gentios não possuíam lei ( Rm 2:14 ).
Os salmos são profecias porque Davi separou homens para profetizarem com harpas, saltérios e címbalos ( 1Cr 25:1 -3).

A congregação rebelde
1  ACASO falais vós, deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens? 2  Antes no coração forjais iniquidades; sobre a terra pesais a violência das vossas mãos.
O salmista dirigiu a palavra à congregação dos filhos de Jacó e questiona-os se verdadeiramente falavam o que é justo. A pergunta é reiterada: ó filhos dos homens, vocês julgam retamente?
A resposta é óbvia: Não! Em vez de falarem o que é justo em verdade julgando retamente, o salmista demonstra que os filhos de Jacó maquinavam iniquidades. ‘Forjar iniquidade no coração’ é o mesmo que ‘conceber em suas mentes o engano, a mentira’.
Certa feita Jesus repreendeu seus interlocutores tendo por base este salmo, quando disse: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça" ( Jo 7:24 ). E em outra oportunidade disse: “Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo” ( Jo 8:15 ). Com estas palavras Jesus demonstrou que veio ao mundo para salvar, e não para julgar os homens, pois o mundo já está condenado "E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo" ( Jo 12:47 ).
Jesus queria que entendessem que de nada adianta julgar as pessoas pelo comportamento, como foi o caso da mulher adultera, porque isto é julgar segundo a carne. Jesus nunca emitiu julgamento segundo a carne, segundo a aparência, antes, julgava os espíritos (palavras), pois Ele mesmo disse: "Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou" ( Jo 5:30 ).
Seria um contra senso Jesus tonar a julgar as pessoas, sendo que todos já foram julgados e estão sob condenação ( Rm 5:18 ; Rm 3:23 ; Jo 3:17 -18). Antes Ele veio salvar o que havia se perdido em Adão ( Mt 18:11 ). De igual modo, aos cristãos também é vetado julgar as pessoas pela aparência, porém, quando alguém se posta como profeta, mestre, pastor, etc., a ordem é clara: “AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” ( 1Jo 4:1 ). O que Jesus julgava era o que os homens diziam, ou seja, suas palavras. É por isso que o juízo de Jesus era justo, pois como Ele ouvia, assim julgava ( Jo 5:30 ).
O povo de Israel, além de não falar o que verdadeiramente é justo e nem de julgar retamente, maquinava (forjava) iniquidade, e estabeleciam como medida a violência dos seus atos ( Sl 58:2 ).
Como é possível um povo religioso que diz seguir a lei de Deus ser violento? Ora, os escribas e fariseus não eram dados à violência física como o matar, roubar, prostituir, etc., mas Deus os nomeia de violentos. Por quê? Porque a ‘violência’ é uma figura, e as figuras, por sua vez, são utilizadas para construir os adágios, estabelecer enigmas e parábolas “O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano” ( Lc 18:11 ).
Quando Jesus falou aos discípulos de João Batista, falou por parábola ao dizer: "E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele" ( Mt 11:12 ). Rejeitar a Cristo, a palavra de Deus, era a violência ao reino dos céus. Enquanto Deus disse a Zorobabel: "Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos" ( Zc 4:6 ), diante do Espírito que dá vida "As palavras que eu vos disse são espírito e vida"  ( Jo 6:63 ), os homens preferiram a força e a violência, ou seja, a soberba, a violência, o adorno que ‘forjaram’ como colares para as suas vestes "Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno" ( Sl 73:6 ).
É por isso que os profetas clamavam: ‘Violência! Violência!’, Substituíram a palavra de Deus que dá vida pelo engano que conceberam em seus corações. A atitude de substituir ou amalgamar o evangelho a qualquer outra concepção humana (filosofia, obras da lei, filantropia, etc.) consiste em violência "As suas teias não prestam para vestes nem se poderão cobrir com as suas obras; as suas obras são obras de iniquidade, e obra de violência há nas suas mãos" ( Is 59:6 ); "Os seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanaram o santuário, e fizeram violência à lei" ( Sf 3:4 ); "Porque os seus ricos estão cheios de violência, e os seus habitantes falam mentiras e a sua língua é enganosa na sua boca" ( Mq 6:12 ).
Ao rejeitar a palavra do evangelho, o Espírito do Senhor, resta apenas violência, como alertou Oséias: “OUVI a palavra do SENHOR, vós filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus. Só permanecem o perjurar, o mentir, o matar, o furtar e o adulterar; fazem violência, um ato sanguinário segue imediatamente a outro” ( Os 4:1 -2).
Obedecer ao evangelho não consiste em ir a uma igreja, não matar, não roubar, não se prostituir, etc., antes o obedecer é crer na mensagem do evangelho, que é saber que Jesus é o Cristo, o enviado de Deus que tira o pecado do mundo.
É por isso que Jesus disse: "Não vos deu Moisés a lei? e nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me?" ( Jo 7:19 ). Por circuncidarem o prepúcio da carne, os israelitas consideravam que guardavam a lei, porém, não conseguiam enxergar que Deus exigia a circuncisão do coração, pois só circuncidando o coração amariam a Deus "Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz" ( Dt 10:16 ). Era tão importante para os escribas e fariseus guardarem as sombras que não se importaram de transgredirem a lei matando Jesus utilizando-se de falsas testemunhas em seu julgamento.
A circuncisão do prepúcio era um sinal para a nação de Israel que Deus queria recebe-los por filhos, por isto mesmo Deus deu a figura em que o pai circuncidava o filho para que este fizesse parte da nação, mas para se tornarem filhos do Altíssimo, Deus se oferecia para circuncidar o coração. O povo não cumpria a lei porque se aplicava a fazer o proposto na figura, na sombra, no enigma, sendo que a proposta de Deus era que descansasse n’Ele, e o resultado do que o povo se propunha fazer era a violência, pois a realidade encontrava-se no Descendente prometido segundo a palavra de Deus (Cristo – a palavra encarnada) "PORQUE tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam" ( Hb 10:1 ).
O povo dedicava-se às orações, sacrifícios, sábados, luas, alimentos, jejuns, e como resultado havia somente violência, deixavam a realidade, que era crer no Descendente como o crente Abraão. Por causa das sombras, das figuras, rejeitaram Cristo, a realidade, até chamaram-no de comilão e beberão “Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam?” ( Mt 9:14 ); “Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos” ( Mt 11:18 -19).

3  Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras. 4  O seu veneno é semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os ouvidos, 5  Para não ouvir a voz dos encantadores, do encantador sábio em encantamentos.
O salmista repreende-os demonstrando que desde a madre o povo de Israel, assim como toda a humanidade, havia se alienado de Deus.
Como? O povo de Israel não eram filhos de Abraão, Isaque e Jacó?
Por certo que eram seus descendentes segundo a carne, porém, não eram filhos de Abraão, pois somente os filhos na fé são filhos de Abraão “Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência” ( Rm 9:7 -8).
Os verdadeiros filhos de Abraão nascem segundo a promessa, e a promessa foi feita ‘em Isaque’, pois segundo a promessa Deus daria uma descendência a Abraão. Portanto, os filhos de Abraão são segundo a fé, pois a promessa tem em vista o Descendente “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo” ( Gl 3:16 ).
Por não compreenderem esta verdade, os filhos de Israel estavam em igual condição a todos os homens, pois ainda pesava sobre eles a transgressão de Adão, portanto eram filhos da ira, da desobediência, e não filhos de Deus “O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um” ( Sl 14:2 -3).
Ser descendente da carne de Abraão é o mesmo que ser descendente de Adão, portanto, é o mesmo que estar sob condenação.  Que condenação?  A condenação à morte, pois foi dito a Adão que, se comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal que estava no meio do jardim, morreria. Adão comeu e morreu, ou seja, separou-se da vida que é Deus.
A alienação de Deus, o desvio da humanidade ocorreu no Éden por Adão, e por todos os homens descenderem de Adão, estão sob a mesma condenação. Logo o homem está alienado de Deus desde a madre. No abrir da madre o homem entra no mundo por Adão, a larga que o conduz à perdição. Por causa da herança do Éden o desviar-se de Deus ocorre desde a madre, desde que nascem os homens andam errantes e proferem mentiras ( Sl 51:5; Rm 3:4 ).
Quando o apóstolo Paulo diz que ‘todo o homem é mentiroso’, assim o diz em função do que ocorreu no Éden. Quando o salmista diz que Deus se agrada da verdade no intimo ( Sl 51:6 ), esta 'verdade' no íntimo só é possível quando o homem é gerado de novo pela palavra da verdade. É por isso que o salmista pede que Deus o crie de novo para que haja verdade no íntimo ( Sl 51:10 ), diferente do nascimento natural, em que o homem é gerado 'mentiroso' "De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores julgado" ( Rm 3:4 ).
Tal realidade também é retratada pelo profeta Oséias quando afirma que Deus requer obediência em lugar dos sacrifícios que os israelitas ofereciam continuamente: “Em Adam eles quebraram a minha aliança, aí eles me traíram” ( Os 6:7 ) Bíblia da CNBB. A aliança entre Deus e os homens, incluindo os judeus, foi desfeita em Adão, pois ali no Éden todos pecaram e destituídos foram da glória de Deus. É com base nestas passagens das Escrituras que o apóstolo Paulo chega à conclusão: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” ( Rm 3:23 ).
A mentira dos filhos de Israel é comprável ao veneno da serpente, ou seja, é mortal (v. 3). A realidade dos filhos de Israel é continuamente descrita: “LIVRA-ME, ó SENHOR, do homem mau; guarda-me do homem violento, que pensa o mal no coração; continuamente se ajuntam para a guerra. Aguçaram as línguas como a serpente; o veneno das víboras está debaixo dos seus lábios” ( Sl 140:1 -3 compare com Sl 58:1 -4).
Na lei, Deus já alertava sobre o veneno que havia em meio ao povo de Israel: "O seu vinho é ardente veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras" ( Dt 32:33 ). É por isso que Jesus fala aos fariseus chamando-os de víboras: "Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca" ( Mt 12:34 ).
O homem pode orientar o seu comportamento e ordenar as suas ações, porém, é impossível mascarar o fruto dos lábios. Só se conhece uma árvore pelo fruto ( Mt 7:20 ). É por isso que Jesus julgava o que ouvia dos fariseus, pois o veneno estava em suas línguas, e não no comportamento “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” ( Mt 23:27 -28).
Além das palavras dos filhos de Israel ser comparável à peçonha da serpente, também eram comparáveis à víbora surda, pois não ouviam os profetas de Deus “Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido batizados por ele. E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes? São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros, e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes” ( Lc 7:30 -32).
É em função da palavra dos escribas e fariseus que Jesus alerta: "Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem" ( Mc 7:15 ); "Como não compreendestes que não vos falei a respeito do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?" ( Mt 16:11 ); "E oferecei o sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai as ofertas voluntárias, publicai-as; porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o Senhor DEUS" ( Am 4:5 ).

6  Ó Deus, quebra-lhes os dentes nas suas bocas; arranca, SENHOR, os queixais aos filhos dos leões. 7  Escorram como águas que correm constantemente. Quando ele armar as suas flechas, fiquem feitas em pedaços. 8  Como a lesma se derrete, assim se vá cada um deles, como o aborto duma mulher, que nunca viu o sol. 9  Antes que as vossas panelas sintam o calor dos espinhos, como por um redemoinho os arrebatará ele, vivo e em indignação.
Após descrever a condição dos filhos do seu povo, o salmista roga a Deus alguns ‘ais’, assim como Cristo profetizou ‘ais’ sobre os escribas e fariseus utilizando-se de figuras.
Os ‘filhos dos leões’ neste salmo descreve a vontade dos homens maus quando querem fazer destruir os seus adversários tirando o fôlego de vida "Eis que o povo se levantará como leoa, e se erguerá como leão; não se deitará até que coma a presa, e beba o sangue dos mortos" ( Nm 23:24 ). Os fariseus por diversas vezes intentaram tirar a vida de Jesus "Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem" ( Jo 11:53 ); "Salva-me da boca do leão; sim, ouviste-me, das pontas dos bois selvagens" ( Sl 22:21 ).
O apóstolo Paulo também sofreu tais ataques vorazes dos ‘leões’ "Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão" ( 2Tm 4:17 ; At 2131 ; At 25:3 ). Como os ataques dos leões não cessariam, providencialmente o apóstolo dos gentios foi preso e pode continuar anunciando por muitos anos o evangelho. Inclusive, as suas carta chegaram em nossas mãos e foram escritas no período em que esteve  preso.
Para livrar o homem, somente a intervenção divina, quebrando os dentes e arrancando a queixada dos filhos dos leões, ou seja, dando livramento “Esse homem foi preso pelos judeus; e, estando já a ponto de ser morto por eles, sobrevim eu com a soldadesca, e o livrei, informado de que era romano” ( At 23:27 ).
O provérbio: "Como leão rugidor, e urso faminto, assim é o ímpio que domina sobre um povo pobre" ( Pv 28:15 ), descreve os líderes do povo do Messias como leões. O provérbio não diz de uma tirania política, mas de líderes que retinham a palavra de Deus, e o povo permanecia pobre de espírito, sem vida "Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo (...) Porque o tirano é reduzido a nada, e se consome o escarnecedor, e todos os que se dão à iniquidade são desarraigados; Os que fazem culpado ao homem por uma palavra, e armam laços ao que repreende na porta, e os que sem motivo põem de parte o justo" ( Is 28:7 e 20-21).
Os ataques com flechas e setas são palavras de engano introduzidas com sutileza, como era o caso dos escribas e fariseus, ou de qualquer outro homem em nossos dias, que não fale segundo a verdade do evangelho. O ataque dos fariseus era com setas, uilizaram as suas palavras com flecha, e a resposta de Cristo escudo e broquel: "E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se" ( Mc 3:4 ),
Quando o salmista profetizou proteção de Deus sobre o Messias, no Salmo 91, havia garantia de que Cristo pisaria o leão e a áspide, figura de tais homens ( Sl 91:13 ), pois haveriam de espreita-lo a fim de mata-Lo"Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge" ( Sl 22:13 ), e, em outras ocasiões, procuravam pegá-Lo nalguma contradição.
O pedido do salmista a Deus para é para que a ação dos ‘poderosos’ fosse como água quando se escoa ou, quando armassem o arco, as flechas fossem quebradas (v. 7). A oração profética do salmista demonstra que só em Deus as mentiras dos lideres de Israel seria desmascarada. Os inimigos do Messias foram envergonhados e confundidos perante a Verdade, pois Jesus escapou de ciladas como esta: “Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?” ( Mt 22:17 ). Se Cristo não desse uma resposta à altura, seria atingido com tal proposta, então devorá-lo-iam como os filhotes dos leões quando abatem a presa, porém, quando Jesus respondeu: “Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” ( Mt 22:21 ), o laço do passarinheiro foi desfeito.
As palavras dos escribas e fariseus eram como dardos inflamados, flechas. As flechas e lanças são figuras das palavras deles, de sua mensagem, pois tem o poder de tirar a vida, ou seja, afastar o homem da Palavra da Verdade. Da mesma forma que a peçonha mata, embora o ferimento seja sutil, o dardo que contém o veneno do erro também mata. As setas, os dardos são figuras de mensagens enganosas, palavras ardilosas, e somente com a palavra de Deus, que é escudo e broquel, o homem pode defender-se do inimigo "Pois eis que os ímpios armam o arco, põem as flechas na corda, para com elas atirarem, às escuras, aos retos de coração" ( Sl 11:2 ).
Observe que os salmos não falam literalmente de animais, antes dos filhos dos homens ‘abrasados’, ou seja, enfurecidos querendo tirar a vida do Cristo. Assim como o evangelho é a espada do espírito, cujo obreiro deve saber manejá-la, a língua dos contradizentes é espada afiada "A minha alma está entre leões, e eu estou entre aqueles que estão abrasados, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e a sua língua espada afiada" ( Sl 57:4 ); "Que afiaram as suas línguas como espadas; e armaram por suas flechas palavras amargas" ( Sl 64:3 ).
A única coisa que rebate os dardos é a palavra de Deus, a Fé revelada, que é escudo e broquel "Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno" ( Ef 6:16 );"Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia" ( Sl 91:5).
O pedido a Deus é que tais homens se esvaiam como lesmas; como o aborto de uma mulher, que jamais viram a luz da vida ( Sl 58:8 ). O verso 9 é melhor abordado pela Nova Versão Internacional da Bíblia: “Os ímpios serão varridos antes que as suas panelas sintam o calor da lenha, esteja ela verde ou seca” ( Sl 58:9 ).
Em nossos dias, o introduzir dissimuladamente heresias de perdição diz dos dardos inflamados do maligno ( Ef 6:16 ). Já o rugir como leão diz de uma ação mais agressiva, como é o caso das seitas "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" ( 1Pe 5:8 ).  

10  O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio. 11  Então dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra.
Há algumas traduções que rezam ‘os justos’, porém, a Almeida Corrigida e Revisada Fiel é melhor, pois Ela faz alusão ao Justo. Somente o Cristo de Deus, o Justo vindicará a vingança de Deus, e Ele lavará os seus pés no sangue dos ímpios, pois Ele mesmo pisará o lagar de Deus "Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura" ( Is 63:3 ).
O único homem que estabeleceu justiça na terra foi o Emanuel. É por intermédio d’Ele que se diz: 'Deverás há um Deus que julga na terra!' “QUEM é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas; este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar” ( Is 63:1 

“Nem todo o que faz milagres é de Deus”,


O bispo Renato Cardoso publica texto questionando se o fato de uma igreja ter milagres significa que Deus esteja com aquele ministério·           “Nem todo o que faz milagres é de Deus”, diz genro de Edir MacedoSem citar a Igreja Mundial do Poder de Deus o bispo Renato Cardoso, genro de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus escreveu um texto que foi publicado no blog de seu sogro questionando se o fato de uma igreja ter muitos milagres significa que Deus estaria naquele ministério agindo na vida do líder.Citando a Bíblia ele diz que “nem todos que faziam milagres era de Deus”, dando exemplo de Judas que chegou a expulsar demônios antes de trair a Cristo e os magos de Faraó que transformaram seus cajados em cobra da mesma forma que Moisés.“Em todos os milagres de Jesus vemos apenas uma condição para o recipiente recebê-los: fé. Não era necessário mérito, santidade, religiosidade, nem mesmo ser judeu ou gentio. Quem cria, recebia”, afirma Renato Cardoso.Dando ênfase ao fato de que muitos andam fazendo milagres em nome de Jesus ele cita os versículos 22 e 23 de Mateus 7 que diz: Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.“Claramente, vemos que MUITOS são os que fazem MUITOS milagres em nome de Jesus, mas, ao mesmo tempo, são praticantes de iniquidade. Como pode isso? Pode sim, pois quem faz o milagre é Deus, e não o suposto milagreiro.”Na última semana, para rebater as acusações vindas da Igreja Universal e da Rede Record, Valdemiro Santiago convocou os telespectadores que estavam enfermos para participarem dos cultos da Igreja Mundial para assim, através da cura divina, provar que ele é um servo de Deus.“Lembre-se, a única condição para receber um milagre é a fé. Portanto, se eu for o pior pecador, até mesmo um bandido, enganador e mentiroso, mas pregar a Palavra de Deus para o sofrido (ainda que por interesse próprio), e o sofrido crer na Palavra, o milagre acontecerá”, sentencia Renato Cardoso.

O fariseu e o publicano


O publicano foi justificado por que invocou a Deus consciente da sua condição: pecador. Quando o homem reconhece que é pecador, um errado de espírito, é recebido por Deus como um pobre e órfão, ou seja, é ‘órfão’ e ‘pobre’ por não confiar na carne, confiar que é filho de Abraão. Qualquer que lança mão de sua descendência e tem Abraão por Pai segundo a carne, é rico, abastado, confia nas questões de carne e sangue para ter direito à salvação.
Introdução
Apesar do protesto dos profetas e da lei, à época de Cristo muitos judeus confiavam em si mesmos e acreditavam que eram justos "Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!" ( Jr 17:5 ).
Porque acreditavam em si mesmos? O que lhes dava elemento para entenderem que eram justos? Ser descendente da carne e do sangue de Abraão. A carne e o sangue de Abraão era o elemento que tomavam para fazer da carne e do sangue o seu braço.
Eles acreditavam que eram salvos por serem descendentes da carne de Abraão e que eram justos em função da lei de Moisés. Todas as vezes que lhes era apregoado a necessidade de abandonarem os seus conceitos (arrependimento) crendo em Cristo como o salvador, alegavam que tinham por pai Abraão e, consequentemente não eram pecadores "E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão" ( Mt 3:9 ); “Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?” ( Jo 8:33 ).
Quando João Batista apregoou o arrependimento, porque havia chegado o reino dos céus, muitos fariseus vieram ao batismo, porém, quando João Batista observou que continuavam confiados que eram salvos por serem filhos de Abraão, ordenou que produzissem o fruto digno de arrependimento, pois deviam confessar que eram salvos porque o reino de Deus estava próximo “E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão” ( Mt 3:9 ).
Quando os escribas e fariseus alegavam que eram descendentes da carne de Abraão, estavam fazendo da carne (descendência) o seu braço (salvação). Ora, o ‘braço’ é figura de força, que por sua vez, diz de salvação. É por isso que quando o salmista bendiz a Deus, faz referência ao braço, a força, a salvação de Deus "Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José" ( Sl 77:15 ); "SENHOR, tem misericórdia de nós, por ti temos esperado; sê tu o nosso braço cada manhã, como também a nossa salvação no tempo da tribulação" ( Is 33:2 ). 
Além de se considerarem salvos por serem descendentes de Abraão, repousavam na lei, considerando que por a Lei ter sido entregue a eles, eram guias dos cegos, instrutor dos que nada sabiam ( Rm 2:17 -20).
Em função destas pessoas que cofiavam em si mesmos (que eram filhos de Abraão)  considerando-se livres do pecado, justos, que Jesus propõe a parábola do fariseu e do publicano “E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmoscrendo que eram justos, e desprezavam os outros” (v. 9).
Por se arvorarem como justos, estes que confiavam em si mesmos, desprezavam as pessoas que não eram descendentes de Abraão e que não tinha a lei.

A parábola
Jesus contou-lhes a seguinte parábola:
“Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” ( Lc 18:10 -13 ).
Dois homens subiram ao templo para orar. Observe que o objetivo de ambos é idêntico: orar no templo. Ambos eram homens, porém, um fariseu e o outro publicano.
Ora, à época, aos olhos dos judeus, ser cobrador de impostos era oficio de pecador. Mas, havia dentre os judeus aqueles que eram comissionados pelos Romanos para serem colhedores de impostos, e tal judeu também era discriminado.
Como o fariseu e o publicano foram ao templo, fica implícito que ambos eram judeus, pois se um gentio entrasse no templo, o templo seria tido por profanado ( At 21:28 ).
Zaqueu era publicano e considerado pelos judeus um pecador: "E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos, e era rico (...) E, vendo todos isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador" ( Lc 19:2 ). Foi quando Jesus alerta que naquele dia entrou salvação na casa de Zaqueu, que apesar de cobrador de impostos, também era filho de Abraão.
Jesus era tachado de amigo dos publicanos e pecadores por comer com eles "E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?" ( Lc 5:30 ).
O farisaísmo, por sua vez, era o mais severo ramo do judaísmo "Sabendo de mim desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu" ( At 26:5 ). Por se considerarem justos, os fariseus desprezavam as pessoas, não comiam com pessoas de outros povos e, nem mesmo as saldava “E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?” ( Mt 5:47 ).
Jesus retrata primeiramente o fariseu quando no templo: “O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo” (v. 11).
O fariseu seguro de si, ao postar-se de pé ( Mt 6:5 ), agradeceu a Deus por não ser como os demais homens.
Segundo a concepção daquele fariseu, o que o tornava diferente dos demais homens? O comportamento segundo a lei, pois para ele os demais homens eram roubadores, injustos e adúlteros.
Ele se julgava diferente até mesmo de outro descendente de Abraão, pois o outro exercia o encargo de publicano entre os filhos do povo de Israel. Por fim arremata: - Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto possuo!
O publicano por sua vez, também se postou de pé, mas de longe, e não arriscou levantar os olhos para os céus, e disse batendo no peito: - “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (v. 13).
E Jesus concluiu a parábola dizendo: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (v. 14).

Justificação
Porque o publicano saiu do templo justificado e o fariseu não?
Uma coisa é certa: Deus não faz acepção de pessoas, e como Ele justificou o gentio Abrão quando creu, certo é que o publicano foi justificado por confiar em Deus ( Gn 15:6 ; Rm 4:3 -8).
Se Deus justificou o gentio Abrão porque creu e prometeu justificar todos os povos, certo é que os gentios seriam justificados se cressem na promessa: o Descendente “Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão” ( Gl 3:6 -9).
O profeta Isaias, ao falar do Descendente prometido a Abraão, descreve o Cristo como o servo do Senhor, o justo, que justificará a muitos com o seu conhecimento "Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si" ( Is 53:11 ).
O salmista, ao falar da justiça de Deus, assim profetizou: “Salva-me, ó Deus, pelo teu nome; faze-me justiça pelo teu poder” ( Sl 54:1 ). Ora, Deus salva o homem que invoca o Seu Nome, e a justiça de Deus é estabelecida pelo Seu poder. Verifica-se então que Cristo é a Destra do Altíssimo, o poder de Deus "Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa" ( Lc 5:24 ); "E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o SENHOR, e entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar" ( Jl 2:32 ); "Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, e alta está a tua destra" ( Sl 89:13 ); "O SENHOR desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus" ( Is 52:10 ); "QUEM deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?" ( Is 53:1 ).
O publicano foi justificado por que invocou a Deus consciente da sua condição: pecador. Quando o homem reconhece que é pecador, um errado de espírito, é recebido por Deus como um pobre e órfão, ou seja, é ‘órfão’ e ‘pobre’ por não confiar na carne; por não confiar que é filho de Abraão. Qualquer que lança mão de sua descendência e tem Abraão por Pai segundo a carne, é rico, abastado, soberbo, pois confia nas questões de carne e sangue para ter direito à salvação "E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão" ( Mt 3:9 );“Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?” ( Jo 8:33 )..
Como o publicano clamou a Deus e apresentou-se como pecador, assumiu a condição de pobre de espírito, aflito, necessitado, humilde, portanto, Deus lhe fez justiça, tomando-o por filho "Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado" ( Sl 82:3 ; Sl 34:18 ; Is 57:15 ).
Quando o salmista confessa ser pecador, e que o seu pecado era contra Deus somente, estava consciente que era pecador por descender de Adão, e que ser descendente de Abraão não o justificava "Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares"( Sl 51:4 ).
Apesar de ser judeu, da tribo de Judá, Davi não se arrogou no direito à salvação por ser descendente da carne de Abraão, antes confessou que era pecador como todos os homens “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” ( Sl 51:5 ; Sl 14:2 -4).
Ciente da sua condição, o salmista invoca o Senhor, dizendo: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” ( Sl 51:10 ). O cobrador de imposto comportou-se como Davi! Clamou ao Senhor para que tivesse misericórdia, pois era pecador.
Tanto Davi quanto o publicano entenderam que não eram filhos de Abraão, pois ser ‘filho de Abraão’ significa ser filho de Deus, ou seja, salvo, bem-aventurado. Perceberam que na verdade não possuíam pai, em função de Adão tê-los vendido juntamente com toda a humanidade ao pecado. Segundo a carne e o sangue, Adão é o primeiro pai da humanidade, que ao desobedecer vendeu todos seus descendentes ao pecado. Daí as figuras do órfão, da viúva, do necessitado, do que chora e do triste "Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado" ( Sl 82:3 ).
O cobrador de imposto não precisou apresentar sacrifícios, pois a sua confissão era o verdadeiro sacrifício exigido “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” ( Sl 51:17 ).
Enquanto o fariseu aproximou-se do templo confiado em seus sacrifícios (dízimos e jejuns), crente que era diferente dos outros homens por portar-se segundo a lei (roubadores, injustos e adúlteros), o publicano aproximar-se de Deus reconhecendo sua iniquidade: "Tomai convosco palavras, e convertei-vos ao SENHOR;dizei-lheTira toda a iniquidade, e aceita o que é bom; e ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos lábios" ( Os 14:2 ).
Estar longe ou perto do templo, em pé ou sentado, olhando ou não para o céu, batendo ou não no peito, não é o que justifica. O que justifica o homem é confiar em Deus que garantiu que aceita os sacrifícios dos lábios como se fossem novilhos.
Para um judeu à época, bastava reconhecer que era pecador e necessitado de Deus, que seria salvo, porém, este sacrifício não ofereciam a Deus. Era mais fácil fazer sacríficos de novilhos que admitir-se um pecador. Embora a lei tenha sido dada os judeus para conduzi-los a Cristo, pois ela demonstra que até mesmo os descendentes de Abraão eram pecadores, gloriavam-se na lei e rejeitaram a Cristo.
Para os gentios, basta confessar que Jesus Cristo é o Senhor que tira o pecado, pois os gentios estavam sem Deus no mundo e não tinham como confiar na carne ( Ef 2:11 -13).
Quando Jesus disse que o cobrador de imposto desceu ‘justificado’, disse de uma obra completa realizada por Deus. O que o publicano não alcançaria por intermédio das obras da lei, alcançou por clamar a Deus, “Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê” ( At 13:39 ).
O termo ‘justificado’ e ‘justiça’ são traduções de palavras gregas semelhantes, em que o verbo dikaiôun é 'declarar justo', 'justificar' e o substantivo dikaíosis  é 'justificação', 'justiça', e o adjetivo dikaios qualifica o que é 'justo'.
Na sua maioria os teólogos dizem que ser justificado por Deus é o mesmo que “reconhecer como justo e não de ser justo Moody, Lucas - Comentário Bíblico Moody (Moody Bible Institute of Chicago), item 14, pág. 80 (grifo nosso); “O pecador crente é justificado, isto é, tratado como justo (...) A justificação é um ato de reconhecimento divino e não significa tornar uma pessoa justa...” Bíblia de Scofield com Referências, Rm 3:28 , pág. 1147; ‘... o ato judicial de Deus, mediante o qual aquele que deposita sua confiança em Cristo é declarado justo a Seus olhos, e livre de toda culpa e punição’ Bancroft, Emery H., Teologia Elementar, 3º Ed, 1960, Décima Impressão, 2001, Editora Batista Regular, Pág 255.
Porém, a palavra traduzida por justificação é ‘fazer justo’, ‘tornar justo’, ‘declarar justo’, e ao  criar o novo homem em Cristo, Deus faz nova todas as coisas. Em Cristo surge um novo homem, com uma nova condição e em um novo tempo! O novo homem é criado em verdadeira justiça e santidade, portanto, a declaração de ‘justo’ que Deus faz recai sobre a nova criatura. Deus nunca declara justo o velho homem gerado em Adão, somente os de novo gerados.
Deus não é o homem para que minta. Ele não declara falsidades. Somente os justos são declarados justos, ou seja, os de novo criados nesta condição. Caso Deus reconhecesse e declarasse uma pessoa justa, embora não fosse, Ele não seria verdadeiro. Portanto, entender que Deus somente trata como sendo justo aquele que Ele justifica, ou seja, que aquele que Ele declara justo não significa que realmente Deus o tornou justo, é dizer que Deus é como o homem e que o sacrifício de Cristo não foi perfeito ( Hb 6:18 ).
Quando o publicano creu, Deus circuncidou o seu coração, momento que recebeu a pena pelo seu pecado: morte (Deus é justo). No mesmo momento Deus criou um novo coração puro e colocou nele um espírito reto (Deus é justificador - Rm 3:26 ; Sl 51:10 ; Ez 11:19 ). Por dois motivos o publicano foi justificado: a) Aquele que está morto está justificado do pecado ( Rm 6:7 ) e ele morreu ao ter o coração circuncidado, e; b) Cristo ressurgiu para a nossa justificação, ou seja, após ganhar novo coração e um novo espirito, o publicano passou a ter vida dentre os mortos, portanto, justo diante de Deus ( Rm 4:25 ).

Provérbios e Salmos
“Porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (v. 14).
Jesus não afirmou de si mesmo quando disse que os que se exaltam a si mesmo serão humilhados e o que se humilha será exaltado. Ele citou provérbios e os salmos para encerrar a parábola: “Certamente ele escarnecerá dos escarnecedores, mas dará graça aos mansos” ( Pv 3:34 ); "Ainda que o SENHOR é excelso, atenta todavia para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe" ( Sl 138:6 ).
Tiago também faz uso de tal citação quando diz: “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” ( Tg 4:14 ). Como ele escreveu aos judeus da dispersão, repreende-os chamando-os de adúlteros e adulteras por desconhecerem que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus ( Tg 4:4 ). Em seguida arremata: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” ( Tg 4:6 ).
Quem são os soberbos e escarnecedores? Todos os ímpios são soberbos por natureza "O SENHOR eleva os humildes, e abate os ímpios até à terra" ( Sl 147:6 ), pois os ímpios desviam se de Deus desde a madre ( Sl 58:3 ).
Ora, os soberbos são o povo de Israel que, apesar de serem ímpios como todos os outros homens ( Sl 14:3 -4 ; Rm 3:9 -20), confiavam em si mesmos que eram justos. É em função desta realidade que profetizou Maria, a mãe de Jesus: “Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações. Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos” ( Lc 1:51 -53).
Enquanto os judeus confiavam na carne e faziam dela o seu braço, Deus desnudou o seu santo braço perante as nações. O pensamento dos soberbos foi desfeito, pois em Cristo está a salvação para os humildes, pobres e famintos "O SENHOR desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus" ( Is 52:10 ); “Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá” ( Is 55:1 -3).
E como humilhar-se a si mesmo? Achegando-se a Deus. Como? Invocando-O. Quando o homem invoca a Deus está ‘limpando’ as mãos manchadas de sangue (violência) ( Is 1:15 -16), que é figura das obras reprováveis segundo a lei. Quando o homem se achega a Deus, Deus limpa o coração. Mas, para isso, é necessário ‘sentir’ o quanto é miserável, lamentar e chorar, pois só assim Deus há de exaltá-Lo convertendo o pranto em riso e a tristeza em gozo "Irei e voltarei ao meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, de madrugada me buscarão" ( Os 5:15 ; Tg 4:9 ; Is 61:3 ). 
Semelhantemente, após instruir os jovens a ser submisso aos mais velhos, o apóstolo Pedro diz: “... sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” ( 1Pe 5:5 -6). 
Ora, para humilhar-se a si mesmo, necessário é que o homem esteja disposto a aprender de Cristo, pois Ele mesmo disse: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”. Ora, para um judeu resignar-se a aprender de Jesus de Nazaré, um homem que não havia aprendido nos bancos escolares as sagradas letras, era uma humilhação ( Mt 11:29 ; Jo 7:15 ).
Mas, se desejavam salvação, deveriam humilhar-se a si mesmo, ou seja, rejeitar a concepção de que eram filhos de Abraão por questões de carne e sangue e virem a Cristo, pois somente Ele possui palavras de vida eterna. 
Portanto, o termo ‘humilde’ em certas passagens bíblicas não se refere ao pobre financeiro, ao iletrado, ao excluído social. Tornar-se ‘humilde’ diante de Deus não se alcança com voto de castidade, voto de pobreza, etc. Ser humilde não é abrir mão dos seus direitos como cidadão. Ser humilde não é colocar-se como 'capacho' de outrem. A humildade não advém de questões financeiras, se rico ou pobre, antes a humildade é uma condição do coração, que somente os que aprendem de Cristo e tornam-se seus discípulos possuem. Os humildes de coração são aqueles que verdadeiramente são livres “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” ( Mt 11:29 ); "Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" ( Jo 8:31 -32).
Mas, qualquer que diz: "Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?" ( Jo 8:33 ), não é humilde, pois confia na sua carne. É soberbo e nada sabe.